Negociar uma redução na taxa de juros é uma daquelas situações pelas quais ninguém deseja passar, mas uma vez nela, saber como lidar com isso é fundamental. O número de pessoas que se afogam em dívidas com o cartão de crédito é alarmante.
E embora seja muito fácil culpar esses indivíduos que caem em imensas dívidas por serem irresponsáveis com suas finanças, a verdade é que o modo como o cartão funciona favorece esse acontecimento. Tudo no cartão induz o indivíduo a errar, fazer falsas projeções e contrair dívidas.
Que fique claro aqui que não estamos conspirando contra o cartão de crédito, nem querendo culpar apenas esse sistema de pagamentos pelo endividamento de seus usuários, apenas damos nota sobre um fato óbvio a respeito de sua natureza.
Afinal, a premissa do cartão de crédito é a “facilidade” de comprar agora e só pagar depois, de uma vez só, todas as compras e pagamentos realizados. Em uma realidade social onde a educação financeira nunca foi muito propagada, é ou não é pedir para que várias pessoas caiam em um laço de dívidas?
Por isso, conhecer as maneiras de como negociar uma redução na taxa de juros é essencial. Pois, infelizmente, é fácil cair em uma bola de neve de dívidas com o cartão de crédito, e passar a fazer parte dos 70 milhões de brasileiros inadimplentes. Portanto, se você quer aprender como realizar essa negociação, fique com nosso artigo!
Como funciona taxas de juros?
Em primeiro lugar, é necessário entender o que são as taxas de juros do cartão de crédito, para podermos compreender como negociá-la e porque fazê-lo.
O cartão de crédito é um dos mecanismos e recursos financeiros mais úteis que existem hoje. Sua principal função é poder comprar no presente para pagar no futuro, porém é essa mesma capacidade o pivô de tanta confusão financeira entre os usuários de cartão.
Claro, esse recurso é limitado. Afinal, o cartão de crédito funciona com certas restrições que impedem que a dívida seja infinita, o que serve como uma segurança para o banco e como um controle para o usuário.
OI cartão de crédito é em essência um voucher, uma carta de crédito que serve como pagamento momentâneo — aliás, essa foi sua origem nos anos 20. Ou seja, funciona como um empréstimo realizado pela instituição financeira que o concedeu, que o usuário paga ao fim do mês.
De lá para cá, o cartão evoluiu muito, mas sua característica como uma carta de crédito, um voucher, ainda é a principal. Quando o cartão é utilizado como pagamento, o indivíduo não precisa ter saldo em conta, não é necessário nenhum dinheiro no ato da compra.
A conta será paga normalmente, a instituição que liberou o cartão assume a responsabilidade, e só cobra o usuário quando a fatura fecha. A fatura é a reunião mensal de todas as compras e gastos do cartão, e como é de se imaginar ela fecha de modo periódico mês a mês.
Se quando o cartão é utilizado o usuário não precisa ter dinheiro em ato, quando a fatura fecha é bom ele se dar seu jeito para pagar o que está devendo. Todos os gastos, de uma fatura até a outra, serão contabilizados para a cobrança, e pior: caso o dono do cartão tenha parcelado uma compra, ele também terá que arcar com as parcelas.
E este é outro aspecto que conta bastante para entender melhor o que é o cartão e como as dívidas ocorrem. No cartão de crédito o usuário pode parcelar compras. O parcelamento ocorre segundo as regras do estabelecimento e do produto comprado, mas ainda assim existem um bom número de compras parceladas que o usuário pode fazer quando quiser.
Por se tratar de uma porção de compras que não são pagas de maneira imediata, as contas feitas com o cartão de crédito tem um grande poder ilusório de que o dinheiro não está saindo do bolso do usuário. Assim, ele faz tantas compras, ou parcela várias, que perde o controle e no final a fatura é muito maior do que ele pode pagar.
Quando a fatura supera o valor que o usuário pode pagar, os juros do cartão de crédito entram em discussão.
A primeira característica que devemos conhecer sobre os juros do cartão, e por que são perigosos, é que são juros compostos.
Os juros compostos aumentam de maneira rápida e fácil a dívida total do cartão. Diferente do tipo simples, que são somados em cima do valor da dívida original, os compostos são somados em cima da fatura e dos juros que já incidiram sobre ela — os famosos “juros sobre juros”.
Deste modo, o usuário do cartão que deixou de pagar sua dívida acaba com uma dívida que cresce exponencialmente a cada mês. Como esse tipo de cobrança aumenta o valor da fatura muito rapidamente, torna-se ainda mais difícil de pagar.
Outra consideração importante, é que os juros do cartão, na maior parte das vezes, são cobrados de forma diária. Depende da instituição, mas a maioria costuma cobrar os juros diariamente, enquanto algumas instituições preferem o modelo mensal.
No fim das contas, não muda muita coisa. Os juros ainda são compostos e podem aumentar o valor da sua fatura de modo exponencial e muito rápido. Viu como são perigosos? Em primeiro lugar, tente pagar suas faturas de modo correto, para não ser vítima desses juros.
Mas, caso você já tenha caído em um sistema de juros e em uma dívida de cartão, fique tranquilo que iremos ensinar abaixo como reduzir a dívida ao negociar uma redução na taxa de juros do seu cartão.
Como funciona uma redução na taxa de juros do seu cartão?
Os juros do cartão de crédito criam uma situação ruim tanto para os usuários, quanto para as instituições que liberam o cartão. A situação é quase paradoxal. Se por um lado as empresas querem receber a dívida do dono do cartão, por outro, os juros são tão altos que se torna cada vez mais difícil pagar a dívida.
Por isso, ao mesmo tempo que os bancos e financeiras cobram os juros compostos, também oferecem a oportunidade de negociar uma redução da taxa de juros. Essas propostas vêm através dos seguintes meios:
- Parcelamento da fatura;
- Descontos oferecidos pelo próprio banco;
- Descontos e mutirões de pagamento de dívidas oferecidos por bureaus de crédito.
Há ainda outros meios, como empréstimos e uma reeducação financeira que pode ser utilizada como meio para pagar uma dívida de cartão de crédito, por isso é importante estar ciente de todos, para procurar a mais interessante para sua situação.
O que fazer para reduzir os juros do cartão de crédito?
A primeira dica que podemos dar a respeito de como se livrar de uma dívida de cartão de crédito — e dos seus juros — é utilizá-lo de maneira inteligente, sem exagerar e sempre mirar no futuro.
É preciso sempre ter em mente que a fatura deverá ser paga integralmente, e calcular as suas finanças futuras para pagar o cartão. Mas, para aqueles que já caíram na dívida, vamos entender como negociar uma redução na taxa de juros.
Parcelamento da fatura
A primeira opção, geralmente oferecida pelos bancos ou financeiras, é a parcela da fatura do cartão de crédito. O recurso, que já é autoexplicativo, permite que a fatura total seja parcelada.
Por esse método, a fatura é paga em pequenas parcelas mensais, como se o usuário tivesse parcelado uma compra com o seu cartão. Porém, para aqueles que desejam negociar uma redução na taxa de juros esse tipo de parcelamento não costuma ser atrativo.
Parcelar a fatura do seu cartão envolve o pagamento de mais juros. Por incrível que pareça, essa modalidade tem juros bem altos, o que parece contraintuitivo, mas há uma explicação para isso. As empresas temem a inadimplência. Elas entendem que o usuário que atrasou sua fatura pode não pagar o parcelamento e os juros serão seu ganho sobre o tempo extra que levarão para receber o valor total.
Por isso, aumentam os juros para que o calote não seja tão impactante. E quanto maior o número de parcelas que o usuário escolhe, maiores são os juros. Para ter uma ideia, os valores oferecidos para este recurso são:
Banco ou financeira | Juros ao mês (%) | Juros ao ano (%) |
|---|---|---|
Banco Itaú | 13,26 | 345,56 |
Caixa Econômica Federal | 10,82 | 243,01 |
Banco Santander | 13,61 | 362,36 |
Banco Bradesco | 13,17 | 341,13 |
Banco do Brasil | 13,19 | 342,40 |
BV Financeira | 18,30 | 651,47 |
Ou seja, por esse método é bem difícil conseguir reduzir os juros do seu cartão de crédito, e sua dívida pode se tornar ainda mais difícil de ser quitada.
Empréstimo
Esta é uma opção que exige cuidado e muito tato. Afinal, também se trata de contrair uma dívida, mas agora com uma linha de crédito, que é o empréstimo.
Um empréstimo pessoal, ou crédito pessoal, é uma forma de sanar uma dívida de cartão de crédito para que ela não cresça mais. Mas assim como o cartão pode ser um perigo, os empréstimos também.
Mas por que sugerimos? O ponto é: dependendo da proposta de empréstimo pessoal que o inadimplente conseguir, ela pode ter taxas de juros muito menores do que a fatura do cartão. Sendo assim, vale mais a pena fazer uma simulação de empréstimo e, se este oferecer opções de juros mais baixos, é uma boa alternativa para pagar toda a fatura de uma vez, ao invés de parcelar a dívida do cartão com o banco e ficar sujeito aos seus juros.
Mas claro, é necessário ter muita atenção e cuidado para realizar essa estratégia, que deve ser bem pensada e planejada, com muita disciplina e inteligência.
Cancelar o cartão de crédito
Cancelar o cartão de crédito pode ser uma boa estratégia para reduzir seus juros. Quando o cartão de crédito é cancelado sua dívida se cristaliza, e caso o indivíduo não pague essa dívida é enviada a um bureau de crédito.
Um bureau de crédito é uma instituição dedicada a catalogar e enviar para outras empresas informações sobre os inadimplentes do mercado, como o SERASA.
Mas essa não é sua única opção. Os bureaus também costumam oferecer soluções e propostas para pagamentos de dívidas com descontos para, assim, reduzir o número de inadimplentes.
E esta pode ser uma tremenda oportunidade para que você consiga um bom desconto para pagar sua dívida. No Brasil, o principal bureau de crédito é o Serasa, que oferece períodos de ofertas especiais para quitação de dívidas, com descontos significativos nas propostas de acordos.
Como solicitar redução de juros?
Mas a melhor forma de negociar uma redução na taxa de juros do seu cartão de crédito é conversar com o banco e negociar pessoalmente essa redução.
Os bancos não só buscam, como esperam que os seus clientes tenham esse relacionamento aberto com a instituição e tentem pagar suas dívidas. Caso você tenha uma dívida ativa com um banco físico, pode ir até sua agência e conversar com seu gerente para conseguir um bom desconto.
Explique sua situação para o atendente do banco, ele com certeza irá te ouvir. E lembre-se que o banco quer receber o valor da fatura, mesmo que para isso desconte seus juros. Afinal, os juros não são o valor original do que foi gasto com o cartão.
Por isso, os bancos estão dispostos em muitos casos a deixar de lado esses juros e receber apenas o pagamento original da fatura, ou algo próximo a isso.
E depois de negociar o pagamento da fatura, é essencial que o usuário do cartão faça uma reeducação financeira e comece a gastar com mais parcimônia, em especial com o cartão de crédito.
Uma ótima dica para utilizar o cartão, é reduzir o limite para o valor total que pode pagar mensalmente e gastar sempre próximo do dia do vencimento da fatura. Assim você nunca gasta mais do que já espera pagar de imediato.
Melhores bancos com menores taxas de juros
E para você não cair em juros altíssimos em seus cartões de crédito, apresentamos bons bancos que oferecem modalidades de cartão com juros baixo:
- Itaú: 417,70%;
- Banco Original: 402,47%;
- Nubank: 385,17%;
- Digio: 271,81%;
- C6 Bank: 268,91%;
- Next Visa: 210,43%;
- Banco Inter Gold: 143,55%.
Essas são excelentes opções de bancos com juros baixos. Mas não se engane! Não aposte nestes juros baixos como soluções para seus problemas. Lembre-se que o principal é evitá-los, pois mesmo os mais baixos ainda representam crescimento em suas dívidas.
Negociar uma redução na taxa de juros do cartão muitas vezes é necessário, então, quando chegar essa hora utilize nosso artigo para se guiar e fechar um ótimo acordo!
