Em conjunto, o Banco Itaú, a Fundação Lemman e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) encarregaram pesquisadores a levantar dados sobre a situação dos estudantes brasileiros na pandemia. Cerca de 36% dos alunos contam com o reforço escolar em casa.
É um fato que a pandemia prejudicou todas as atividades socioeconômicas em todo o país, mas é inegável que a instituição que mais sentiu esse mal foi a escola. As instituições de educação, da primária até o Ensino Médio, passaram meses fechadas. Certamente, isso causou impactos negativos na vida dos professores, pais e principalmente dos alunos.
Veja a seguir mais detalhes sobre o estudo e como essas informações afetam de agora em diante na qualidade do ensino de crianças e adolescentes.
Qual é o objetivo da pesquisa encomendada pelo Itaú?
Essa pesquisa encontra-se entre seis outras que vieram antes, todas com intuito de mensurar os desafios gerados pelos efeitos da pandemia, no que diz respeito aos pais e aos estudantes.
No período que corresponde aos dias 13 de Agosto e 16 Setembro, os pesquisadores entrevistaram, por telefone, familiares e responsáveis de mais de 1.800 alunos, dentre os quais crianças e adolescentes. O estudo abrangeu todas as regiões do Brasil.
Como os alunos têm reagido às aulas presenciais.
De acordo com os dados levantados pela Itaú Social e seus parceiros, 87% das crianças e adolescentes que já voltaram às aulas presenciais sentem-se mais satisfeitos com o estudo. Esse número também se reflete no otimismo dos alunos, que é de 80% e no próprio interesse pelas matérias, que é de 85%.
No entanto, o mesmo estudo aponta que a pandemia causou algumas consequências psicológicas aos estudantes. Muitos ainda estão desanimados a voltar para a escola. Esse número corresponde a 51% dos alunos que tiveram a possibilidade de voltar a estudar em contato pessoal com professores e colegas.
Que debate é fomentado por essa nova rotina e adaptação pós pandemia?
Existem três pontos de debate no que tange aos efeitos da pandemia na educação. O primeiro fala de novas formas de adaptar o currículo, o modelo das aulas, quais matérias devem receber maior ênfase e, por lógica, o tamanho do investimento para recuperar os danos.
O segundo ponto levantado é que a pandemia se encontra em uma fase mais controlada, as pessoas estão vacinadas em sua maioria, portanto os alunos devem voltar à escola. Não há o que esperar. A inação prejudicará ainda mais os estudantes, pois cada dia de aula conta.
Por fim, o retorno das aulas não ocorre de forma homogênea. Há disparidades entre as regiões brasileiras e isso causa, de forma inevitável, desigualdade entre os alunos. É preciso pensar e executar formas de mitigar esse problema sério.