A Estratégia de Defesa Nacional (END) estabeleceu diretrizes para a preparação e treinamento adequados das forças armadas para garantir a segurança do país em tempos de paz e crise. Seu desenvolvimento visa também atender às necessidades de equipamentos do comando militar, reorganizar a indústria de defesa e tornar a tecnologia mais avançada de propriedade do Estado.
Uma estrutura de defesa adequada proporciona ao país maior estabilidade e garante a proteção de seu território, população e setores econômicos estratégicos. A END é indissociável da estratégia de desenvolvimento nacional, associando o conceito e a política de independência nacional à responsabilidade constitucional das Forças Armadas de salvaguardar a soberania nacional.
Além disso, ele também resolve especificamente questões militares e fornece diretrizes e paradigmas para desempenho de combate naval, do exército e da força aérea.
Política Nacional de Defesa
A Política de Defesa Nacional (PND), introduzida originalmente em 1996, foi revisada em 2005 e 2012 e agora está em sua quarta edição. Uma novidade relacionada à publicação anterior é o “conceito político” de defesa nacional. De acordo com o documento, “a paz e a estabilidade nas relações internacionais” dependem de uma diplomacia que “combine os interesses conflitantes dos países”. O texto recomenda que o Brasil adote 28 posições políticas no campo da defesa nacional. O primeiro é a solução pacífica de controvérsias. “O uso da força só será implementado quando a possibilidade de negociação não for viável.” Outras diretrizes indicam que o país deve apoiar o multilateralismo, participar de organismos internacionais e estimular a integração sul-americana.
A posição proposta pelo PND e a declaração dos estados-membros empregados do presidente do empregado da província de Győr Bolson. O futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, disse em outubro que o Mercosul não é uma “prioridade” para o próximo governo. Ernesto Araújo, diplomata nomeado futuro ministro das Relações Exteriores, criticou o que chamou “ideologia globalista” e defendeu o “nacionalismo ocidental”. O consultor João Paulo Botelho procurou minimizar essas afirmações.
– O futuro governo está muito alinhado ideologicamente com o presidente [dos EUA] Donald Trump. No início, havia aquelas posturas bastante agressivas. Mas na hora “H”, eles não vão adotar essa posição isolacionista. Se há tratados internacionais assinados com 150 países, por que eles deveriam fazer parte dos seis países desaparecidos? Na prática, esses documentos vão derrotar as ideias de uma, duas ou três pessoas – acredita Botello.
Em sua análise do “ambiente nacional”, o PND destacou que falta ao Brasil “maior investimento em ciência, tecnologia, inovação e qualificação do capital humano”. O texto também alerta que “os gargalos de infraestrutura existentes podem atrasar o desenvolvimento efetivo do país”.
De acordo com o documento, a falta de regularidade nas aquisições de produtos de defesa e na alocação de recursos orçamentários “(desestimulado) os investimentos” por parte da indústria nacional. “O ritmo do desenvolvimento tecnológico brasileiro não permite vislumbrar a eliminação da dependência externa em áreas de fundamental importância nos próximos vinte anos”.
Estratégia Nacional de Defesa
A Estratégia Nacional de Defesa (END) foi lançada em 2008 sendo atualizada pela primeira vez em 2012. A terceira edição do documento define as ações que o Brasil deve realizar para atingir as oito metas especificadas no PND. Essas medidas se aplicam a todas as situações dos “três poderes” e setores não governamentais.
De acordo com o texto, a Marinha deve ter meios para detectar, identificar e eliminar “ações que ameacem as águas brasileiras”. O END citou o tráfico de pessoas e drogas, contrabando, pesca ilegal e crimes ambientais como exemplos de “atos ilegais no mar”.
Segundo o documento, duas áreas litorâneas merecem “atenção especial” da Marinha: a zona entre Santos (SP) e Vitória (ES) e a foz do rio Amazonas. O texto recomenda que a Marinha instale uma nova base de submarinos em Itaguaí (RJ) e um complexo naval multiúso próximo ao Delta do Amazonas.
O exército deve “neutralizar a concentração de forças hostis ao longo da fronteira terrestre” e contribuir para a defesa da costa e do espaço aéreo. De acordo com a END, além de cooperar com os órgãos de segurança pública no combate aos crimes transfronteiriços, as tropas devem atuar pontual e ocasionalmente” durante as operações para garantir a lei e a ordem. A missão da Força Aérea Brasileira é salvaguardar a soberania do espaço aéreo. Para tanto, é preciso buscar o campo da ciência e tecnologia, alcançar a autossuficiência em projetos e eliminar a dependência externa.
O documento também relaciona três setores estratégicos que o país precisa fortalecer: nuclear, cibernética e espacial. O desenvolvimento é principalmente responsabilidade da Marinha. É necessário completar a nacionalização e industrialização do ciclo do combustível nuclear, melhorar a tecnologia de construção de usinas nucleares e aumentar o uso da energia nuclear em atividades pacíficas. O Exército deve cuidar do departamento cibernético.
A END recomenda ação cooperativa entre o Ministério da Defesa Nacional, a academia e a indústria nacional. O desenvolvimento do setor espacial depende da Força Aérea. O foco são transmissores de satélite para comunicações, observação da Terra, vigilância, meteorologia e navegação, bem como satélites usados pelo governo.