Diante as incertezas estruturais do novo programa do governo, Auxílio Brasil, especialistas da área da economia e políticas públicas discutem pontos relevantes entre os dois programas, Bolsa Família e o atual proposto, que procuram proteger a população em vulnerabilidade social do país e questionam até que ponto o foco estaria no urgente amparo social ou no ano eleitoral que se aproxima.
Auxilio Brasil: benefício social ou programa eleitoral?
O novo benefício proposto pelo atual governo tem causado alarde nas últimas semanas. Cada vez mais se ouve falar apenas a respeito do valor da parcela a ser pago ou como este será financiado.
Especialistas e atuantes da área questionam a respeito do desenho do programa, de quais as definições que irão garantir que essa população em vulnerabilidade seja, de fato, amparada no contexto delicado que o país enfrenta socialmente devido ao atual governo, com as taxas de pobreza e extrema pobreza aumentando.
Estes apontam algumas incoerências na proposta do atual Auxílio Brasil, que diz se preocupar com a população em situação de pobreza, como por exemplo, não considerar que um financiamento que altere o teto de gastos pode atingir diretamente a população pobre que é quem mais sofre com a inflação de alimentos.
Quais são as principais diferenças entre o Auxílio Brasil e o Bolsa Família?
Uma das diferenças mais comentadas até então, é no que se trata aos valores que pretendem ser pagos. O governo afirma um aumento de aproximadamente R$ 27,00 na parcela (atual de R$217,18) em relação ao que era pago pelo Bolsa Família (R$190,00).
Do mesmo modo, há a informação de alteração na linha de corte que ingressa participantes. No programa Bolsa Família era considerado um valor mensal de renda de até R$ 89,00 por pessoa, no novo programa essa faixa considera renda de até R$100,00 para extrema pobreza e R$200,00 para pobreza.
Por que especialistas dizem que o Auxílio Brasil dá continuidade aos mesmos erros do Bolsa Família?
O novo programa pretende “zerar a fila do Bolsa Família”, mas especialistas dizem que isso não será feito automaticamente, como tem sido dito.
Durante o programa Bolsa Família existia uma fila congelada de pessoas que aguardavam para ingressar no programa. Especialistas em políticas públicas afirmam que essa fila continuará existindo no Auxílio Brasil, e apontam a negligência em perceber que os benefícios só serão, de fato, recebidos pela população conforme tiver orçamento. Diante de uma fonte incerta de financiamento como a do programa, muitas famílias ficarão desamparadas no processo.
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