A popularidade das startups mostra-se um desafio para a contabilidade, o que tem demandado dela um nível maior de inovação, para que consiga auxiliar bem esse novo mercado. Entenda mais a seguir!
O que são e para que servem as startups?
Startup é um modelo de empresa jovem, com um plano de negócios repetível e escalável, localizado dentro um ambiente incerto e com soluções para determinados problemas da sociedade.
Apesar de não se enquadrar somente aos negócios do ramo digital, uma startup demanda inovação, para não ser confundida com outras empresas de modelos mais tradicionais. Esse equívoco comum de achar que ela compreende só o ramo digital, ocorre pelo motivo de que boa parte das startups trabalham nesse meio, pois é mais acessível (financeiramente) criar um negócio online, do que no ramo do agronegócio, por exemplo.
Afinal, para que uma empresa possa ser definida como startup, elas devem se encaixar nessas três categorias: plano de negócio inovador, repetível e de escalonamento. A definição de serventia das startups é algo que varia muito de acordo com alguns pesquisadores da área empresarial, pois alguns defendem que as startups servem para inovar os ramos empresariais.
Por outro lado, outros defendem um ponto de vista mais prático das startups, na qual as enxerga como uma ferramenta para identificar empresas propensas a crescer e inovar o mercado, não apenas do ponto de vista mercadológico, como também do organizacional.
Startups: como a contabilidade atua nessa área?
O funcionamento dos serviços de contabilidade feitos para startups é parecido com o de outros modelos de negócios mais tradicionais: um sistema que gera informações econômicas e financeiras importantes para a empresa, para servir como auxílio na tomada de decisões de seus gestores. Contudo, a gestão contábil realizada nas startups deve se adaptar dentro do contexto de inovação, mediante grandes incertezas e na progressão acelerada dessas empresas.
Dessa forma, todas as problemáticas que envolvem o âmbito fiscal, financeiro, trabalhista e contábil necessitam ser geridas dentro do compasso de uma startup, para resolver demandas burocráticas com a mesma eficiência que conceitua essa forma de negócio. Contudo, é normal encontrar empresários que possuem a vontade de se responsabilizar pela contabilidade da startup, sem contratar um serviço de terceiro ou até mesmo começar a empresa de forma completamente informal.
Apesar disso ocorrer com certa naturalidade, o negócio que não adota um serviço contábil possui mais chances de fechar. De acordo com a pesquisa feita pela PwC, em 2019, divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, nove em cada dez startups fecham as portas no Brasil, e boa parte disso acontecer é devido a uma negligência em suas responsabilidades contábeis.
Os serviços contábeis nesse tipo de empresa são importantes para conseguir tirar um “raio X” dela e demonstrar, de forma sucinta, seus índices de resultado. Tudo para gerir de forma eficiente as contas de uma entidade que preza a inovação e uma gestão disruptiva, demandar projeções de progressão, planejamento de escalabilidade do negócio e prováveis aportes de investidores no futuro.
Contabilidade para Startups: vantagens?
As startups são uma forma nova de negócio que acarreta vários novos modelos de gestão e estrutura, que demandam uma assessoria de profissionais renomados. Nisso, a assessoria contábil se torna uma ferramenta importante para a progressão desse ramo empresarial.
O serviço de assessoria contábil trabalha focada em uma empresa, onde as informações contábeis são formatadas conforme as necessidades, demandas e carências apresentadas por cada empresário. Esse auxílio de profissionais renomados da contabilidade faz com que muitos consigam além de uma apuração, um direcionamento para o crescimento da empresa, o que faz com que ela tenha um ótimo parceiro de negócios.
É válido lembrar que a relação do contador para uma empresa é com a de um médico com um paciente, pois ele diagnostica os problemas, mostra suas causas e depois dá um antídoto para a solução deles. O empresário e escritor Eric Ries apontou em seu livro “A Startup Enxuta” que a contabilidade está entre os cinco princípios básicos para o desenvolvimento de uma startup de sucesso.
O autor define que, dentro de um negócio que propõe ser inovador e diferenciado, é importante ficar atento aos assuntos que não aparentam ser tão interessantes, como a própria contabilidade, pois ela é essencial para medir o crescimento e definir marcos de prioridade para o que deve ser trabalhado. Entretanto, demanda que exista um tipo novo de contabilidade desenvolvida para esse ramo empresarial.
Aqui temos a criação de novas métricas e indicadores que demonstram a progressão da empresa, ao criar um conceito abstrato que demanda uma avaliação mais aprofundada da entidade, sem observar apenas pela ótica de faturamentos e lucros quantitativos, mas como também dados de natureza qualitativa. Nessa ocasião, uma métrica importante para observar é a taxa de conversão, responsável por medir a fidelização do cliente para com o seu negócio.
É válido salientar que os dados e informações não são importantes sozinhos, pois necessitam que exista um indivíduo que obtenha insights após o registro dessas informações, de modo que a melhora da empresa seja feita de forma contínua.
Contabilidade como mecanismo de conhecimento da lei pelas Startups
No dia 2 de junho do ano de 2021, o Presidente Bolsonaro instituiu a Lei Complementar de número 182, denominada de Marco Legal das Startups, que definiu de forma categórica a startup como uma forma empresarial, além de criar categorias jurídicas para ela. Isso simplifica a abertura de novas entidades, aumenta a pesquisa e o progresso para a solução de demandas do mercado. Em meio a essas mudanças de lei, o trabalho do contador se mostra importante, principalmente para conseguir “traduzir” tudo que está na lei para os gestores das empresas e, a partir daí, conseguir obter boas decisões.
Um desses trâmites burocráticos que o contador começa a atuar é na comprovação de que a empresa se enquadra no modelo de startup. A partir disso, ele aplica seu regime de tributação, que no caso da startup é a Inova Simples, que foi instituída pela lei de número 167/2019. As startups necessitam ter registro de suas ideias, marcas e patentes no INPI. A partir da criação do marco legal, todo o processo de registro de novas marcas e patentes acabou simplificado. Nessa situação, o contador se mostra bastante importante, pois ele, junto ao advogado, irão compreender e interpretar a lei para poder legalizar a marca da empresa.
Uma outra área bastante interessante para o contador atuar dentro de uma startup são nos processos de licitação pública. O Marco Legal foi responsável por permitir que os órgãos públicos possam negociar e trabalhar junto com as startups, ao aplicar recursos e aportes financeiros nelas.
Em suma, a criação de uma nova forma de legislação para um novo mercado faz com que surjam dúvidas, principalmente para os empreendedores. Por isso é importante o contador procurar a partir desse ponto se atualizar e explicar bem para os donos do negócio como funciona a lei e também como se beneficiar com ela. Em síntese, ficou notório que a contabilidade é uma ferramenta poderosíssima para as startups. Nela, a empresa poderá obter um auxílio desde sua criação até o seu desenvolvimento.
Ter alguém que acompanha e traduz algumas movimentações para os empresários é muito agregador e ainda ajuda bastante no tempo de vida hábil da empresa. Porém, a contabilidade também deve ter as startups como parceiras, para que possam evoluir como ciência. Nesse sentido, entende-se que a contabilidade e as startups andam de mãos dadas, para que possam modernizar e melhorar o mercado empresarial como um todo.